sábado, 2 de novembro de 2013

O quanto eu ainda penso em você


Eu acho que a morte causa um sentimento meio que de egoísmo na gente. A primeira reação é "e se fosse comigo?" ou "como eu vou ficar agora?".

Eu quis fingir que era forte, mas na primeira oportunidade chorei e chorei muito, pensando exatamente "e agora? e se eu quiser um abraço? eu nunca mais vou poder te abraçar?" E um ano depois eu ainda me sinto assim, eu ainda me sinto desamparada e ainda choro quando lembro de qualquer coisa (o cheiro, as tardes na sua casa, a comida, o dinheiro que dava pra eu comprar doce, final de tarde sentadas na porta, você gritando pro meu gato voltar pra casa, o medo de trovoada, as músicas e as histórias da sua infância…)

Nos primeiros meses você ainda me visitava, dizia que não podia me contar nada, que não lembrava. Depois as visitas foram diminuindo, e você não falava mais nada, só me abraçava. Na última vez, você só veio e ficou me olhando e sorrindo. Foi aí que eu tive a maior certeza que você havia descansado em paz.

Eu ainda vou sentir a sua falta, por muito e muito tempo. Mas eu também vou continuar te amando, por mais tempo ainda.
Te amo, vó. Um ano cheio de saudades de você.

Como diz a canção, "será que eu vou te encontrar, outro dia num outro lugar?"

18/05/2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário