Não é segredo pra ninguém o quanto
eu amo essa cidade. Nunca me envergonhei do fato de um carinho muito grande
pela Argentina e, apesar dos problemas, continuo querendo vir morar aqui em
breve. Até porque São Paulo também não tá lá essas coisas...
Essa, entretanto, foi a primeira vez
que vim sozinha. Foi a primeira vez que viajei de avião sozinha e tenho andado
com a cabeça tão longe, nesse mundo bosta que eu criei, que não tive como
preparar aquela expectativa e ficar ansiosa, como sempre. Só sei que o dia 19
chegou e me levou pro céu.
E eu realmente achei que seria bom
fazer essa viagem sozinha, que depois de apanhar tanto nas últimas semanas, as
coisas, finalmente, começariam a dar certo. Eis que o carma me pega de
surpresa.
Consegui chegar em um tempo legal
até o aeroporto de Guarulhos, graças à um ônibus da EMTU que sai do metrô
Tatuapé (passando as catracas, vire à esquerda e desça na primeira escada). O
ônibus é o 257 e custou 5,15. Ele levou entre 30 e 40 minutos para chegar e uma
alternativa pra quem não quer pegar aquele executivo mais caro. O ônibus é bem
cortável, mas o espaço para as malas é um pouquinho apertado. Ainda assim vale
a pena.
Achei
que a vida tava sorrindo pra mim de novo quando vi a Seleção Argentina de
algum-esporte no Duty Free. GRACIAS, SEÑOR! Mas fui sacaneada quando eles não
embarcaram no mesmo voo que eu... Ok, sem crises. Consegui sobreviver ao voo e
ao medo que tenho da decolagem e da aterrisagem, essa, diga-se de passagem, bem
violenta, que não apenas fez todo mundo voar quando já estávamos em terra, mas
também a menina do meu lado e eu, cairmos na gargalhada.
Peguei
um daqueles “táxis” tabelados e na verdade ainda estou em dúvida se paguei um
bom preço ou não, mas se eu for ficar pensando muito nisso, vou me arrepender e
ficar com medo da próxima viagem.
Agora
é a hora que a história fica tensa. Quando chegou ao hostel, a minha reserva
(feita em JANEIRO) não consta no sistema. Sim, eu estava sem teto em outro país.
Um país, aliás, que me faz esquecer até o português quando fico muito nervosa e
que, de tão ansiosa, não consigo nem entender o que as pessoas falam e nem os
meus pensamentos.
Embora
eu ame os argentinos, a gente sabe que eles não são os mais simpáticos do mundo
e pelos vários comentários que li no booking
(esse site maldito onde fiz a reserva, valeu!), várias pessoas tiveram
problemas com reservas em diversos hostels e os atendentes foram antipáticos.
Pra minha sorte a moça da recepção foi um amor e conseguiu me realocar para um
outro quarto (um quarto misto!), mas para o sábado não havia vagas.
E
é aqui que, apesar dos perrengues, do cansaço e do nervosismo, eu quero
agradecer. Algumas pessoas entram na nossa vida e são verdadeiros anjos.
Ironicamente, conheci a Bia porque ela também era fã de uma novela argentina
chamada Casi Ángeles, antes mesmo de
ser exibida pela Band. A Bia sempre tem conselhos maravilhosos e palavras de
sabedorias quando to dando a louca no twitter e me passou o contato de um amigo
dela que mora aqui em Buenos Aires, perto do hostel em que eu estou. Obrigada, Bia!
É
claro que to cansada da viagem, ainda dei aquele rolê pra conseguir trocar
dinheiro, sem falar na dor no maxilar que bateu essa semana, dois dias antes de
viajar e que eu ainda to tomando remédio e comendo com certa dificuldade. Mas
apesar de tudo e apesar de tá achando a vida um lixo de umas semanas pra cá, eu
me sinto tão grata, não apenas pela oportunidade de estar aqui, mas pelas
pessoas que a vida botou no meu caminho e mostrou que, sim, dá pra confiar em
algumas delas!
Eu
to na cidade que eu mais amo no mundo, escrevendo a monografia do tema que tem
muita influência sobre quem sou hoje para concluir o curso que eu escolhi
fazer, a profissão da qual eu escolhi viver!
Apesar
de tudo, eu sei que o jogo vira. E ainda tem mais seis dias nessa cidade
incrível, então espero não vir com papo deprê e dar dicas legais das terras
porteñas!
Saludos,
chicos!
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